Centro de Estética Carla Tozo

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Chip da beleza: efeitos colaterais podem ser maiores do que os benefícios

Médicos alertam para possibilidade de aparecimento de acne, 
engrossamento de voz e problemas vasculares



E se um bastonete de dois centímetros fosse capaz de aumentar a disposição e a libido e ainda servisse como um contraceptivo para mulheres em idade fértil ou um repositor hormonal para a turma da menopausa? Parece milagre, mas é uma realidade cada vez mais buscada por mulheres que apostam no “chip da beleza”, um implante subcutâneo que faz modulação hormonal e pode causar os efeitos descritos acima. Mas, como diz o ditado, “quando a esmola é demais o santo desconfia”. As sociedades médicas têm se preocupado com o uso indiscriminado desse tipo de medicação com finalidade estética. Segundo elas, os chips podem trazer efeitos colaterais muito maiores do que os benefícios.

Funciona assim: o médico, depois de avaliar os níveis hormonais da paciente, prescreve um mix de hormônios capaz de deixá-la sem menstruar, consequentemente, sem sintomas de TPM e com mais libido e disposição para atividades físicas. Aí que, dizem diversos especialistas, mora o perigo. Se os efeitos relativos à menstruação e à contracepção acontecem por causa dos derivados de hormônios femininos, os que mexem com massa muscular, emagrecimento e desejo sexual estão ligados à administração de andrógenos, ou seja, hormônios masculinos. Eles que, no fim das contas, podem trazer consequências indesejáveis, como surgimento de acne, perda de cabelo, engrossamento de voz e aumento de clitóris. Sem falar em coisas mais graves, como problemas cardiovasculares.

— Implante é uma forma de administração de medicamento usado há muito tempo na medicina. A questão é que, nesses atuais chips da beleza, estamos falando de aplicação para benefícios estéticos, e não para tratamento de doenças — explica Alexandre Hohl, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Como cada ser humano tem uma reação particular a qualquer tipo de medicação, nem todas as mulheres sofrem os temidos efeitos listados pelos médicos. É o caso da advogada Carolina Kamache, de 37 anos, que tem o implante hormonal há um ano e quatro meses, e só reclamou de acne no início do uso.

— Tive espinhas, mas procurei um dermatologista e consegui controlá-las. Paralelo a isso, tive uma gama de benefícios que não tinha quando tomava anticoncepcional. Diminuiu minha celulite, aumentou a libido — conta ela.

Carolina tem endometriose e, como tratamento, precisava interromper a menstruação para que as fortes cólicas cessassem. Como também sentia muita fadiga, o médico pediu uma dosagem de testosterona. Os níveis, disse ele na época, estavam baixíssimos e, por isso, foi aconselhada a colocação de implante.

O diagnóstico de “baixa testosterona” é um assunto controverso no meio médico. Todas as mulheres têm a presença do hormônio masculino no sangue em níveis muito mais baixos que no dos homens, o que não quer dizer que os números precisem mudar para que a paciente tenha qualidade de vida.

— Na realidade, 99% das mulheres não precisam de terapia androgênica. Clinico há 40 anos e, do ponto de vista médico, não vejo vantagem. A mulher se sente mais forte, com mais energia, mais disposição. No entanto, existem os efeitos colaterais que, às vezes, aparecem imediatamente, outros a longo prazo. Depende da sensibilidade de cada uma — diz o médico Mauro Abi Haidar, chefe da Endocrinologia Ginecológica da Unifesp.

                                    
                                     Chip da beleza - Ilustração Silvana Mattievich

Excesso de acne e pelos são alguns dos resultados que costumam ser facilmente administrados ou com a retirada do chip ou com o tratamentos paralelos. No entanto, o aumento do clitóris e o engrossamento de voz são irreversíveis, e a fertilidade também pode ser afetada.

— Não existem estudos sérios a longo prazo sobre esses implantes, por isso as sociedades médicas aqui no Brasil não respaldam — diz a ginecologista Carolina Mocarzel. — Tanto que, lá fora, não há esse modismo como aqui.

Por mais animado que alguém esteja em usar o chip da beleza, a compra precisa ser feita por intermédio de um médico, que manda a receita com os hormônios para alguma farmácia de manipulação que trabalhe com esse tipo de medicamento. O bastonete costuma custar em torno de R$ 3 mil e geralmente precisa ser trocado entre seis meses e um ano. O fato de não ter um grande laboratório atrelado à fabricação é algo que preocupa muitos médicos.

— Se são colocados cinco hormônios diferentes num chip, talvez essa combinação nem tenha sido estudada. A gestrinona (um esteroide androgênico que tem ação anticoncepcional e é bastante comum nas receitas dos chips da beleza), que é permitida no Brasil, muitas vezes é misturada com testosterona, progesterona, estradiol etc. Isso tudo é um barco à deriva — diz Alexandre Hohl, salientando que há, no entanto, um implante estritamente anticoncepcional, que nada tem a ver com o chip da beleza, vendido em farmácias comuns e com eficácia e efeitos adversos amplamente documentados.

Mauro Haider concorda:

— No manipulado não há noção do que é posto, da dosagem, se é confiável ou não. No caso desses chips, a vaidade é a maior inimiga da inteligência.

Os médicos costumam constatar nos consultórios que muitas mulheres ficam seduzidas pelo efeito do chip na libido. Com substâncias derivadas da testosterona, de fato há chances de aumento do desejo, mas isso é apenas um caminho mais rápido e sem tanto esforço analítico. Ter vontade ou não de se relacionar sexualmente é uma questão muito mais de cabeça do que de corpo.

— A minha sensação como ginecologista é que os hormônios viraram a bengala da mulher moderna. Ela culpa os níveis de testosterona por não querer ter relação, por não ter disposição, mas não analisa como está a qualidade do relacionamento, se está estressada com o trabalho, com a família — diz Carolina Mocarzel. — Libido é uma tríade: a vida amorosa, o ambiente social e o hormônio, mas testosterona não é o carro-chefe de muito ou pouco desejo sexual.

Ficar disposta na academia e na cama é o sonho de muita gente, e o mercado (sim, muitas áreas da medicina têm virado business) está cheio de promessas. Mas bom mesmo é ter saúde para ver as modas passarem.

POR DENTRO DO CHIP

Início da história

A medicina reconhece o uso de implantes como forma de administração de medicamentos, mas, de uns anos para cá, algumas farmácias de manipulação começaram a estudar e a popularizar os chips de modulação hormonal no Brasil, que misturam diversos hormônios derivados de progesterona e testosterona. Não há nenhum grande laboratório farmacêutico por trás desses dispositivos, exceto o que fabrica o Implanom, um contraceptivo subcutâneo, encontrado em qualquer farmácia, e que inibe a ovulação e, consequentemente, a gravidez.

Gestrinona

Esse esteroide sintético tem ação androgênica, ou seja simula a ação de hormônios masculinos. Os chips da beleza geralmente vêm com essa substância, que aumenta a libido, a disposição e a quantidade de massa muscular, efeitos considerados positivos por muitos médicos e pacientes pró-implante hormonal. No entanto, é ela também a causadora de efeitos colaterais, como aumento de clitóris e engrossamento da voz. Consequências “positivas” e negativas, no entanto, aparecem de forma individualizada em cada mulher.

Custos e duração

O preço de um chip da beleza é de, em média, R$ 3 mil, e a eficácia é de seis a um ano, dependendo da fórmula. Ele costuma ser colocado nas nádegas ou no antebraço e, depois do prazo de ação, é reabsorvido pelo corpo.

Fonte: https://oglobo.globo.com/ela

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Andropausa: entenda o que é o problema que atinge até 20% da população masculina




Homens não costumam gostar de falar de andropausa - Ilustração Silvana Mattievich

Toda mulher sabe que, entre os 45 e 55 anos de idade, uma mudança brutal acontece na vida: a menstruação vai cessar e as concentrações dos hormônios sexuais estrogênio e progesterona no corpo vão cair drasticamente. O que se convencionou chamar de menopausa é mais uma coisa para a enorme lista de alterações por que o corpo feminino passa ao longo da vida e das quais o masculino nem chega perto, correto? Nem tanto. Os homens também têm lá suas questões com os hormônios sexuais e uma espécie de menopausa para chamar de sua: a disfunção androgênica do envelhecimento masculino (DAEM), mais conhecida como andropausa. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, isso é uma realidade que atinge entre 15 e 20% dos homens a partir dos 50 anos.

A andropausa também está ligada à queda da produção hormonal, no caso, a testosterona. No entanto, essa diminuição ocorre de forma mais demorada e com data não tão sinalizada como na mulher.

— A andropausa é a menopausa dos homens entre aspas, porque com eles a diminuição da produção do hormônio sexual começa a partir dos 35 anos de idade e vai seguindo lentamente, ficando mais intensa no homem idoso — explica a geriatra Renata Serra. — Como não é uma coisa tão marcada, os sintomas são mais discretos e, muitas vezes, passam despercebidos.

Se a testosterona é o principal hormônio atuante na libido, a gente já imagina o que pode acontecer quando ela começa a ficar mais rara. Na DAEM, o apetite sexual diminui, mas não só isso. Como a molécula também está relacionada ao desenvolvimento da massa óssea e muscular, tudo isso pode ser afetado. Os resultados, além do comprometimento da performance entre quatro paredes, são ganho de gordura na região abdominal, osteoporose, anemia (a testosterona também tem a ver com a produção dos glóbulos vermelhos), atenuação de vigor para atividades físicas e até depressão.

— Convencionou-se associar o hormônio apenas à saúde sexual — diz Ricardo Meirelles, diretor do departamento de andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. — As outras reclamações, como a diminuição de disposição em geral, são atribuídas aos fatores tempo e cansaço. Mas, se houver perda de interesse sexual, certamente o homem vai pensar em testosterona.

Por isso, dizem os médicos, é preciso levar em consideração todos os sintomas antes de se chegar a um diagnóstico. Se houver apenas diminuição de libido, pode ser que a andropausa não tenha muito a ver com a história. É o caso do aposentado mineiro Emmanuel Motta, de 59 anos, que andou às voltas com a falta de desejo sexual e fez questão de pedir uma dosagem de testosterona no exame de rotina.

— Fiz ano passado e deu normal. O médico não me receitou nenhuma medicação. Não tomei nada, já que tenho medo do azulzinho (apelido do Viagra) — diz Emmanuel, com uma franqueza pouco habitual para assunto tão caro aos homens.

Quando se chega à conclusão de que o homem está sofrendo de andropausa, não há muita opção além da reposição. Hoje existem alternativas sintéticas que vêm em injeções ou até em gel. E todas elas, dizem as pesquisas mais recentes, não têm o câncer de próstata como efeito colateral.
                                         

Andropausa - Ilustração Silvana Mattievich

— Essa história começou porque, nos anos 1940, foi feito um estudo com apenas três pacientes que repuseram testosterona, e dois tiveram tumor de próstata. Hoje em dia, um estudo assim nem seria aceito. Isso acabou ficando na cabeça das pessoas, mas é totalmente superado — diz Ricardo Meirelles, que frisa a necessidade de uma ampla investigação da condição da próstata a partir dos 50 anos.

Embora o assustador fantasma do câncer por causa da reposição de testosterona seja águas passadas na ciência, é preciso ter cuidado para não achar que ela pode ser tomada indiscriminadamente, como é feito por muitos homens que querem ganhar massa muscular de forma rápida ou retardar os efeitos do tempo.

— Quando você repõe sem precisar, o testículo fica preguiçoso e para de produzir espontaneamente. Isso pode causar infertilidade e acarretar outros problemas, como aumento do volume do coração, mais riscos de infarto e AVC — diz Ricardo.

Uma boa notícia para os homens é que nem todos conseguem perceber a diminuição de testosterona no sangue. Apesar de os números caírem, muitas vezes não há efeitos práticos, e o paciente pode terminar a vida sem ter sofrido nenhum “arranhão”. Contar com isso é dar uma chance ao acaso, que pode receber uma ajudinha dos bons hábitos.

— Estresse, excesso de peso e uso frequente de álcool e tabaco são fatores capazes de acelerar o processo de diminuição da produção de testosterona — diz o urologista Igor Dutra. — Não necessariamente o homem deve ter uma rotina de dosagem do hormônio, mas ele precisa, sim, passar por consultas regulares.

Se as mulheres estão acostumadas desde cedo a olhar para a saúde, está mais do que na hora de os homens fazerem o mesmo.

ATENTO E FORTE

Função da testosterona

O hormônio é comumente relacionado à libido, mas não tem apenas essa função. Diz respeito também à manutenção da massa muscular e óssea, produção de glóbulos vermelhos e sensação de bem-estar. A diminuição ou a falta dele pode acarretar perda de desejo, acúmulo de gordura (principalmente na região abdominal), osteoporose e até depressão.

O que é a andropausa

Diferentemente das mulheres, que entram na menopausa quando a menstruação cessa, a diminuição dos hormônios nos homens é progressiva. Essa queda de produção é a chamada andropausa, mas nem todos sentem seus efeitos. Estima-se que entre 15% e 20% da população masculina acima dos 50 anos sofram com ela na prática.

Como é feito o diagnóstico

Os médicos avaliam a questão por dois pontos de vista: exames laboratoriais de contagem hormonal e presença de mais de um dos sintomas. Ter baixos níveis de testosterona sem indícios clínicos (e vice-versa) não caracteriza andropausa.

O tratamento

Os níveis de testosterona podem ser normalizados com reposição do hormônio de forma injetável ou em gel. Mas atenção: isso só pode ser feito por quem realmente precisa e deve ser orientado pelo médico. O uso indiscriminado pode levar à infertilidade e a doenças cardíacas.

Fonte: https://oglobo.globo.com/ela/beleza/bem-estar/andropausa-entenda-que-o-problema-que-atinge-ate-20-da-populacao-masculina-22942601



quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Relógio Biológico Masculino também não para!


O relógio biológico que tanto assusta as mulheres que desejam, um dia, tornarem-se mães foi por muito tempo ignorado pelos homens. A ideia dominante era a de que a paternidade, ao contrário da maternidade, poderia ser vivenciada em qualquer etapa da vida. Os exemplos mundo afora ajudaram a consolidar a crença de que a fertilidade masculina não se alteraria com o passar dos anos. O ator e diretor Charles Chaplin, por exemplo, foi pai de oito filhos. O último deles, Christopher James, nasceu em 1962, quando o criador do famoso personagem Carlitos tinha 73 anos. Aos 68 anos, Ronnie Wood, guitarrista dos Rolling Stones, teve filhas gêmeas, a mesma idade em que o cantor Rod Stewart virou pai de seu oitavo herdeiro.

Embora grande parte dos homens ainda tenha a convicção de que o tic-tac do relógio biológico não os atinge, estudos indicam justamente o contrário. — Há cerca de dois anos, algumas pesquisas demonstraram que a fertilidade masculina diminui conforme a idade avança. Com o envelhecimento masculino, sabemos que as taxas de sucesso de fertilização in vitro são alteradas negativamente — explica Maurício Rubinstein, membro titular da membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia.

Sociedade Diretora do Vida — Centro de Fertilidade e especialista em reprodução assistida, Maria Cecília Erthal complementa:

— A fertilidade masculina diminui a partir dos 40 anos. A idade adiantada do homem, além de abreviar a possibilidade de uma gravidez, também pode influenciar no desenvolvimento de doenças congênitas — diz a médica, lembrando que existe a alternativa de congelamento do sêmen. — Mas são raros os homens que fazem esse procedimento.

A consciência de que não é um super-homem e o desejo de participar intensamente da criação dos filhos estão gerando novas questões para o homem contemporâneo. Somam-se a isso mulheres cada vez mais independentes, que adiam a maternidade ou que, muitas vezes, decidem simplesmente não ter filhos. E aí, a ansiedade, sempre associada às mulheres nesse quesito, pode bater forte no peito masculino.

O engenheiro Renato Calvão Barbuto, de 65 anos, percorreu uma longa travessia até se tornar pai. Aos 28 anos, conheceu sua primeira mulher. Nascido no seio de uma família mineira, com direito a muitos irmãos, tios e primos, ele ele se casou com uma americana de 31, que morava sozinha em São Francisco desde a adolescência.

— Ela foi uma das precursoras do movimento hippie. Nós nos conhecemos em Aimorés (MG) e em três meses estávamos vivendo juntos. Ela me disse que não podia engravidar. Com o passar do tempo, percebi que não queria a responsabilidade que o filho traz — pondera Renato.

Ao longo da relação — eles ficaram casados por 13 anos—, o engenheiro sentiu a necessidade de formar uma família.

— Os elementos da minha criação vieram à tona. E o fato de minha ex-mulher não querer filhos esvaziou a nossa convivência.

O destino se encarregou de dar um desfecho para as diferenças do casal. Insatisfeito, Renato teve um caso extraconjugal, que resultou numa gravidez.

— Disse que iria assumir as crianças. Ela não aceitou, e a gente se separou. Infelizmente, os bebês nasceram prematuros e não resistiram — conta Renato, que entrou em depressão. — Foi tudo muito pesado. Tempos depois, minha nova namorada engravidou. Tivemos uma filha, mas não ficamos juntos. Com a minha atual mulher, com quem tenho uma filha de 17 anos, a gravidez foi planejada.

No caso do ator Marcio Fonseca, 46 anos, o planejamento teve efeito inverso. No primeiro casamento, o sonho de ser pai foi adiado devido à instabilidade financeira. Casado pela segunda vez, ele e a mulher, a coach Marcela Araújo, de 30 anos, resolveram que tinha chegado a hora. Por um ano, tentaram engravidar, mas não foram bem-sucedidos.

— Desistimos do projeto e decidimos não correr atrás de tratamentos, apesar de a paternidade ser um grande desejo meu. Neste momento, comecei a pensar que existiriam outras formas de deixar um legado, poderia contribuir com o meu trabalho de ator. Sem filhos, teria mais tempo para melhorar o mundo para quem estivesse nele — analisa.

Mas o melhor estava por vir. No que Marcio e Marcela relaxaram, chegando a trocar de plano de saúde e optar por um menos abrangente, o universo trabalhou em silêncio.

— Estamos grávidos de quatro meses. Nós tomamos um susto, mas foi sem querer querendo.

Além da preocupação com a passagem implacável do tempo, a cobrança social também é realidade para homens que demoram a se tornar pais.

— É quase uma prerrogativa. Rola uma ansiedade quando 90% dos amigos têm e você ainda não. Ontem, um deles, que foi pai aos 24 anos, me mandou uma mensagem contando que vai ser avô — diz Marcio, que se prepara para cuidar do primeiro rebento. — Vou precisar de paciência, dinheiro e coluna. E pretendo respeitar as minhas limitações. Afinal, aos 50 anos, terei um filho de 4.

A tal pressão social também foi identificada pelo fotógrafo Eduardo Alonso, de 65 anos, pai de Antônio, de 13.

— Primeiro para casar, e só me casei aos 40 anos, depois para ter filhos. Mas isso nunca me afetou, a hora chega. Acabaram cansando de me pressionar — brinca ele, que adorou ser pai mais velho. — É uma delícia, rejuvenesce. O único senão, caso Antônio seja lento igual a mim, é que não vou ver meus netos.

Aos 52 anos, solteiro e sem filhos, o fotógrafo Ricardo Fasanello não desconsidera a possibilidade de ser pai.

— Não dá para fechar porta alguma na vida. De repente, eu caso e tenho três filhos. Mas é claro que existe um pico reprodutor para homens e mulheres — diz Ricardo, que recentemente viveu uma relação na qual o assunto foi descartado pela namorada.

— De 2015 a 2017, tive uma relação com uma francesa. Quis discutir esta possibilidade, mas ela nem topou conversar, deixou bem evidente que não tinha a menor vontade de ser mãe. Isso foi um dos motivos que provocaram o nosso afastamento.

Para ele, o desejo de ser pai está condicionado a uma história de amor:

— Cresci numa família amorosa. Quero me envolver na educação daquele ser humano. Já cheguei a pensar em arrumar uma amiga legal que desejasse ser mãe, mas as minhas melhores amigas ou já tiveram filho ou não têm mais idade para isso.

Para o psicanalista e membro da Escola Letra Freudiana Bruno Netto dos Reys, a paternidade continua sendo um ideal social.

— O desejo de deixar uma descendência é uma questão para todo ser humano. No passado, isso era uma obrigação; hoje é uma escolha — avalia Bruno. — Vivemos numa época em que os amores são líquidos, fluidos. As pessoas podem se vincular sem necessariamente querer formar uma família. Essa realidade traz novas questões para os homens. E não basta ser pai, é necessário participar.

Segundo o psicanalista, a possibilidade de se casar várias vezes também resultou numa configuração familiar inédita.

— Existem aqueles que têm levas de filhos, beneficiando-se da experiência anterior e de ter mais tempo disponível na maturidade. E também o pai mais velho de primeira viagem que precisa estar pronto para atender às demandas de uma criança. É um novo mundo — conclui.


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Conheça os benefícios da drenagem linfática e suas contra-indicações


SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático serve como via secundária de acesso do corpo humano por onde os líquidos do interstício (líquido que está localizado entre os tecidos) são devolvidos ao sangue. As funções do sistema linfático se baseiam no retorno de líquido intersticial (entre os tecidos) e principalmente de proteínas à circulação, além de importantes funções imunológicas e absorção de lipídeos.

As células, químicas e outros componentes do sangue estão suspensos no plasma que circula pelos vasos sanguíneos. Um fluido similar também preenche os espaços que existem entres os tecidos.

Os nutrientes que chegam às células são carregados até estas através deste fluido, além disto, este fluido carrega os resíduos de produtos que saem das células para os capilares.

Uma das funções do sistema linfático é coletar e retornar esta fluido para o sistema circulatório via vasos linfáticos. Quando este fluido está dentro do sistema linfático ele é chamado de linfa.

Além de drenar o excesso de linfa, os capilares do sistema linfático também transportam alguns resíduos assim como células mortas existente entre os tecidos, organismos patogênicos no caso de infecções e células malignas durante o crescimento do câncer.

A linfa é transportada, via capilares linfáticos, para os vaso linfáticos, os quais possuem válvulas que operam em apenas uma direção, similares às válvulas existentes nas veias que existem no sistema circulatório. Finalmente dutos mais largos transportam a linfa para as veias subclaviculares esquerda e direita.

A linfa é colocada em movimento pelo mesmos movimentos de massagem que fazem o sangue circular no sistema venoso. A grande diferença é que o sistema por onde o sangue circula possui uma “bomba”, o coração, que bombeia o sangue fazendo com que este circule. Já no sistema linfático não existe esta “bomba” para que a linfa possa circular como o sangue, portanto para que a linfa se movimente dentro do sistema linfático ela deve ser estimulada por movimentos dos tecidos e dos órgãos do corpo. Daí a massagem de drenagem linfática ser de grande valia para o organismo pois através de movimentos coordenados e precisos, a linfa é colocada em movimento trazendo vários benefícios que veremos mais adiante.

Existem também alguns órgão linfáticos tais como as amídalas, a glândula de nome timo localizada na região retroesternal e o baço (que entre outras coisas produz linfócitos, filtra o sangue e armazena células sanguíneas). Estes órgãos produzem leucócitos que ajudam o organismo a combater as infecções.

Como se vê o bom funcionamento do sistema linfático é importantíssimo para a saúde das pessoas e uma das forma de estimulá-lo é através da massagem de drenagem linfática.




O QUE É DRENAGEM LINFÁTICA?


O método de drenagem linfática manual foi desenvolvido em 1932 pelo terapeuta dinamarquês Vodder que trabalhava junto com sua esposa na Riviera Francesa.

Vodder observou que a maioria de seus pacientes sofria de constipação, retenção de líquidos e apresentavam os gânglios linfáticos alterados. Ele passou a tratar estes pacientes intuitivamente com massagens que estimulavam estes gânglios atingindo grandes êxitos com diversos pacientes.

Seu método foi desenvolvido e se tornou muito eficaz. Hoje em dia, a drenagem linfática manual é usada na estimulação da circulação linfática que ajuda o corpo a eliminar toxinas e na nutrição dos tecidos. A estagnação dos gânglios linfáticos pode causar dor.